A psilocibina é a maior preditora de conexão com a natureza entre os psicodélicos, diz estudo
Pesquisas anteriores já reportaram uma relação positiva entre os psicodélicos e a conexão com a natureza (CN). No entanto, esses estudos geralmente não fazem distinções entre essas substâncias, que podem ser usadas em contextos específicos e com intenções diferentes. Da mesma forma, não está claro se a CN pode ser atribuída ao uso exclusivo dos psicodélicos ou se existem fatores ocultos associados.
Um artigo publicado no Journal of Psychopharmacology investigou se o grau relativo da experiência de vida com os diversos psicodélicos pode ser um preditivo da CN. Os pesquisadores conduziram uma reanálise de autorrelatos (N = 3817) que foram coletados de um estudo prospectivo e por meio de redes sociais e fóruns de discussão. As análises estatísticas testaram a relação entre o grau de experiência com várias substâncias psicodélicas e a CN, e incluíram usuários experientes e não experientes.
Em comparação com o LSD, mescalina, Salvia divinorum, cetamina e ibogaína, apenas o uso prévio de psilocibina foi um preditor confiável de CN entre os usuários experientes. Uma CN maior foi associada ao uso mais frequente dessa substância entre os participantes que nunca usaram um psicodélico diferente. Para o DMT, os pesquisadores encontraram resultados mais fracos e menos confiáveis, que foram replicados até mesmo com os usuários não experientes.
Esse estudo sugere que a experiência com a psilocibina é a única preditora confiável de CN. Os cientistas recomendam que as pesquisas futuras se concentrem na psilocibina para investigar os efeitos desse psicodélico na CN e determinar se os mecanismos farmacológicos ou as diferenças no set and setting (veja o post no blog) são os responsáveis por esses achados.
Referência
Forstmann M, Kettner HS, Sagioglou C, Irvine A, Gandy S, Carhart-Harris RL, Luke D. Among psychedelic-experienced users, only past use of psilocybin reliably predicts nature relatedness. J Psychopharmacol. 2023 Jan;37(1):93-106. doi: 10.1177/02698811221146356.
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