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A psilocibina atenua o déficit cognitivo em modelo animal de autismo

A síndrome do X frágil (SXF) é a doença genética mais comum de deficiência intelectual hereditária e uma das causas do transtorno do espectro autista (TEA). Os neurocientistas já levantaram a hipótese do TEA também estar associado à serotonina, já que este neurotransmissor tem um papel fundamental no cérebro durante o crescimento, e está ligado à remodelação e maturação das redes neuronais. Uma atividade serotoninérgica insuficiente durante a infância, por exemplo, pode estar relacionada aos distúrbios do neurodesenvolvimento, que se manifestam com sintomas comportamentais e emocionais. Como a psilocibina estimula a sinalização serotoninérgica, é possível que existam benefícios no tratamento desse transtorno.
Um estudo realizado em modelos animais testou diferentes protocolos de administração de psilocibina em ratos com mutações no gene Fmr1, que tem ligação com a SXF e o TEA. Os resultados mostraram que a administração oral e sistêmica de microdoses de psilocibina, normalizou em curto prazo o desempenho cognitivo de ratos adolescentes no teste de reconhecimento de objetos, que é utilizado para analisar os vários aspectos de aprendizagem e memória dos roedores.
Esses dados apoiam a hipótese de que a psilocibina pode ser útil para atenuar os déficits cognitivos relacionados ao TEA. Em suma, esse estudo fornece evidências para novas investigações. Tal como, o King's College London já está investigando os mecanismos da psilocibina em adultos autistas e não autistas, para que em breve os pesquisadores possam realizar ensaios clínicos randomizados.
Referências
Buzzelli V, Carbone E, Manduca A, Schiavi S, Feo A, Perederiy JV, Ambert KH, Hausman M, Trezza V. Psilocybin mitigates the cognitive deficits observed in a rat model of Fragile X syndrome. Psychopharmacology (Berl). 2022 Dec 5. doi: 10.1007/s00213-022-06286-3.
www.neurosciencenews.com/asd-psilocybin-20745