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  • Foto do escritorVital Psilo

A psilocibina não reduz os biomarcadores inflamatórios em pessoas saudáveis


Estudos pré-clínicos sugerem que os psicodélicos podem ter propriedades anti-inflamatórias, e também indicam que existe uma ligação entre os transtornos neuropsiquiátricos e os processos inflamatórios. Entretanto, como ainda pouco se sabe sobre o impacto direto dos psicodélicos nesses aspectos, neurocientistas dinamarqueses escolheram a psilocibina para investigar seus efeitos nos biomarcadores de inflamação.


Dezesseis humanos saudáveis foram incluídos em um estudo aberto da Universidade de Copenhague. Os pesquisadores convocaram os participantes ​​um dia antes do experimento para que pudessem coletar amostras sanguíneas e passar orientações. No dia seguinte, os participantes fizeram um exame antidoping para confirmar a abstinência de quaisquer drogas (como álcool e cafeína), e receberam uma dose oral única de psilocibina (0,22 mg/kg).

Dois psicólogos guiaram a sessão e um médico esteve presente para emergências, caso fosse necessário. No dia após o experimento, os participantes receberam uma sessão de integração psicodélica com um dos psicólogos e realizaram uma nova coleta de sangue. Posteriormente, foram analisadas e comparadas as concentrações dos biomarcadores inflamatórios nas amostras coletadas, como a proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as), o fator de necrose tumoral (TNF) e o receptor do ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel (suPAR).

Os resultados não revelaram alterações estatisticamente significativas nos níveis de todos os biomarcadores avaliados, e não apoiaram a hipótese de que uma dose única de psilocibina reduza os biomarcadores de inflamação em pessoas saudáveis em apenas 1 dia. Porém, esses achados podem ser úteis aos médicos preocupados com o potencial pró-inflamatório da psilocibina em pacientes suscetíveis a doenças autoimunes (por exemplo), já que não foram observadas respostas inflamatórias nos dados analisados.

Apesar das diversas limitações desse estudo, os autores do artigo sugerem que os ensaios futuros considerem os biomarcadores adicionais (como os de neuroinflamação), e avaliem os supostos efeitos anti-inflamatórios da psilocibina em contextos clínicos, onde uma ação mais proeminente dessa substância possa ser observada.


Referência

Burmester DR, Madsen MK, Szabo A, Aripaka SS, Stenbæk DS, Frokjaer VG, Elfving B, Mikkelsen JD, Knudsen GM, Fisher PM. Subacute effects of a single dose of psilocybin on biomarkers of inflammation in healthy humans: An open-label preliminary investigation. Compr Psychoneuroendocrinol. 2022 Dec 6;13:100163. doi: 10.1016/j.cpnec.2022.100163. PMID: 36545240; PMCID: PMC9761602.

Disponível na íntegra em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9761602/


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