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Antidepressivos de ação rápida: o desafio de atualizar os métodos de avaliação da depressão

Os antidepressivos de ação rápida, como a cetamina e os psicodélicos serotoninérgicos, têm demonstrado a capacidade de gerar respostas terapêuticas em questão de horas ou dias, em contraste com os medicamentos convencionais, que geralmente levam semanas ou meses para surtir efeito. Essas novas opções também têm mostrado eficácia em casos de pacientes que não respondem às terapias farmacológicas tradicionais.
Apesar dos avanços científicos, ainda utilizamos métodos de avaliação de sintomas que foram desenvolvidos décadas atrás para os antidepressivos de uma época diferente. Por exemplo, as escalas de avaliação da depressão de Hamilton e Montgomery-Asberg ainda são amplamente utilizadas. Esses instrumentos foram concebidos para avaliar os sintomas de humor ao longo de um período de sete dias, o que muitas vezes requer adaptações para abordar questões que não podem ser adequadamente avaliadas em curtos prazos, como sono e apetite.
Uma revisão publicada no periódico Frontiers in Psychiatry descreveu abordagens adaptativas que têm sido utilizadas com as escalas existentes para suprir essa necessidade e avaliou outros aspectos, como atividades diárias, efeitos colaterais, ideação e comportamento suicida, além do funcionamento social.
Os pesquisadores também fizeram recomendações para estudos futuros, abordando os desafios relacionados à implementação dessas medidas adaptativas, bem como o desenvolvimento de novos métodos de avaliação e a inclusão de ferramentas digitais para complementar as escalas já existentes.
Referência
Yavorsky C, Ballard E, Opler M, Sedway J, Targum SD, Lenderking W. Recommendations for selection and adaptation of rating scales for clinical studies of rapid-acting antidepressants. Front Psychiatry. 2023 Jun 2;14:1135828. doi: 10.3389/fpsyt.2023.1135828. PMID: 37333908; PMCID: PMC10272853.
Disponível na íntegra em:
https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyt.2023.1135828/full