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  • Foto do escritorVital Psilo

Estudo piloto correlaciona o efeito antidepressivo da psilocibina com a neuroplasticidade



Evidências sugerem que os psicodélicos serotonérgicos possuem efeitos antidepressivos rápidos e duradouros após uma única dose. No entanto, o mecanismo subjacente a esses efeitos ainda não está totalmente esclarecido, embora seja provável que essas substâncias promovam a neuroplasticidade (veja o post no blog). Contudo, essa relação ainda não foi demonstrada de forma conclusiva em seres humanos. Com o intuito de esclarecer essa questão, pesquisadores da Yale University School of Medicine realizaram um ensaio piloto duplo-cego.


O estudo teve como objetivo investigar se a psilocibina poderia aumentar os correlatos eletroencefalográficos da neuroplasticidade e se essas alterações estariam relacionadas à redução dos sintomas depressivos. Foram recrutados 19 indivíduos diagnosticados com transtorno depressivo maior para receber placebo e psilocibina (0,3 mg/kg) em uma ordem fixa (placebo primeiro, seguido de psilocibina 4 semanas depois).


Os pesquisadores avaliaram os indicadores eletroencefalográficos da neuroplasticidade por meio das ondas theta (4-8 Hz). Além disso, os sintomas de depressão foram analisados utilizando a GRID Hamilton Rating Scale for Depression-17 (GRID-HAMD-17) em diferentes momentos após a administração do placebo e da psilocibina (24 horas e 2 semanas após cada sessão).


As análises revelaram que as ondas theta dobraram em amplitude duas semanas após a administração da dose única de psilocibina, não sendo observadas mudanças significativas após a administração do placebo. Além disso, houve uma correlação entre as melhorias nos sintomas de depressão e o aumento nas ondas theta.


Esses resultados sugerem que o aumento das ondas theta representa uma evidência de que a psilocibina promove mudanças sustentadas no cérebro. Essas alterações nas ondas theta estão associadas à melhora dos sintomas depressivos e podem ser consideradas um biomarcador eletroencefalográfico. Os autores concluíram que esse estudo apoia a ideia de que a psilocibina e outros psicodélicos têm o potencial de causar alterações duradouras na neuroplasticidade.


Referência

Skosnik PD, Sloshower J, Safi-Aghdam H, Pathania S, Syed S, Pittman B, D'Souza DC. Sub-acute effects of psilocybin on EEG correlates of neural plasticity in major depression: Relationship to symptoms. J Psychopharmacol. 2023 Jun 30:2698811231179800. doi: 10.1177/02698811231179800. Epub ahead of print. PMID: 37392016.

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