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  • Foto do escritorVital Psilo

Estudo sugere a dosagem ideal de psilocibina no tratamento da depressão



Cientistas realizaram uma revisão sistemática com metanálise para determinar a dosagem ideal de psilocibina no tratamento da depressão. O estudo incluiu sete ensaios clínicos randomizados (ECRs), totalizando 489 participantes adultos. Quatro desses estudos se concentraram em casos de depressão primária (N = 366), incluindo um estudo com pacientes que sofriam de depressão resistente. Os três estudos restantes investigaram casos de depressão secundária (N = 123).


Análises estatísticas revelaram que pacientes resistentes à terapia convencional respondem predominantemente a doses mais altas de psilocibina (40 mg/70 kg). A dose efetiva para depressão secundária foi consideravelmente menor em comparação com a depressão primária (8,92 e 24,68 mg/70 kg, respectivamente). Porém, é importante reconhecer que outros fatores, como a idade e pacientes virgens de tratamento com psicodélicos, podem confundir a dose efetiva.


Também foi observado que indivíduos com ansiedade podem apresentar melhor resposta a doses mais baixas de psilocibina no que diz respeito à redução de sintomas depressivos e ansiosos, pelo menos nas primeiras sessões. Para tais pacientes, que possuem tendência à ansiedade, ou até mesmo para aqueles propensos a sintomas psicóticos, doses mais elevadas poderiam atenuar a resposta terapêutica devido aos estados de humor disfóricos e delírios de medo, resultantes de fenômenos como a dissolução do ego. Os autores do estudo ressaltam que mesmo em ambientes clínicos, esse desconforto psicológico pode ocorrer com doses mais altas, e que reações de pânico são prontamente controladas com apoio psicológico.


De forma geral, a psilocibina foi bem tolerada, com eventos adversos transitórios e de intensidade leve a moderada, como dor de cabeça e náusea. Entretanto, os cientistas identificaram associações dose-dependentes para diversos efeitos colaterais, incluindo desconforto físico, aumento da pressão arterial, náuseas/vômitos, dor de cabeça/enxaqueca e risco de psicose prolongada.


Essas descobertas fornecem informações valiosas sobre o potencial terapêutico da psilocibina, aprimorando nossa compreensão de sua eficácia e perfil de segurança. Contudo, é necessário realizar mais ECRs para cada grupo populacional, a fim de determinar a dosagem ideal, buscando a máxima eficácia com efeitos colaterais mínimos.


Referência

Perez N, Langlest F, Mallet L, De Pieri M, Sentissi O, Thorens G, Seragnoli F, Zullino D, Kirschner M, Kaiser S, Solmi M, Sabé M. Psilocybin-assisted therapy for depression: A systematic review and dose-response meta-analysis of human studies. Eur Neuropsychopharmacol. 2023 Aug 7;76:61-76. doi: 10.1016/j.euroneuro.2023.07.011. Epub ahead of print. PMID: 37557019.

Disponível na íntegra em:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0924977X23001529?via%3Dihub


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