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Meditação mindfulness e psicodélicos: uma nova abordagem para a saúde mental

Nos últimos anos, temos observado um interesse científico crescente em estudar intervenções baseadas em psicodélicos e meditação, seja no contexto de melhoria da saúde mental ou como ferramentas para entender a mente. Vários pesquisadores já identificaram semelhanças neurofisiológicas entre os estados psicodélicos e meditativos, e sugerem um sinergismo de ambos.
Um artigo de revisão publicado no periódico Springer “Pharmacological Reports” discutiu a fundamentação teórica da combinação entre psicodélicos e meditação mindfulness. Além disso, o artigo forneceu sugestões de como combinar as duas modalidades. Segundo os autores da revisão, Dr. Paweł e Dra. Justyna da Universidade de Varsóvia, a psicoterapia assistida por psicodélicos e a meditação mindfulness já foram reconhecidas em estudos experimentais como tratamentos alternativos para uma variedade de problemas de saúde mental, incluindo depressão, vícios e transtornos de ansiedade. Ambos demonstraram reduções significativas nos sintomas clínicos e melhorias no bem-estar a longo prazo, até mesmo em pessoas saudáveis.
Os mecanismos compartilhados entre os psicodélicos e a meditação mindfulness incluem a ação antidepressiva por meio de efeitos neuromoduladores e principalmente a capacidade de alterar a autoconsciência e de proporcionar a consciência do momento presente. Esses mecanismos levaram os cientistas a investigar o que ocorre quando os dois métodos são aplicados em conjunto, sugerindo que essas duas abordagens podem se complementar, aprimorando os efeitos positivos de ambas as intervenções. No entanto, Dr. Pawel e Dra. Justyna destacam que são necessárias mais pesquisas sólidas antes que esse métodos possam ser estendidos à prática clínica.
Referência
Holas P, Kamińska J. Mindfulness meditation and psychedelics: potential synergies and commonalities. Pharmacol Rep. 2023 Nov 6. doi: 10.1007/s43440-023-00551-8. Epub ahead of print. PMID: 37926796.
Disponível na íntegra em:
https://link.springer.com/article/10.1007/s43440-023-00551-8