O uso de psilocibina é associado à uma redução na quantidade de horas extras trabalhadas nos EUA

Apesar do crescente interesse em pesquisas com psicodélicos, poucos estudos investigaram sua relação com o ambiente de trabalho e seus efeitos sobre os funcionários. Alguns dados sugerem que o uso dessas substâncias ao longo da vida pode levar a uma redução nas licenças médicas e nos custos associados à saúde da população em geral (veja o post no blog).

Com o objetivo de esclarecer essa relação entre psicodélicos e trabalho, um artigo publicado no Journal of Psychoactive Drugs analisou o impacto do uso de psilocibina nas horas extras realizadas pelos trabalhadores. O estudo observacional utilizou dados coletados entre 2002 e 2014 pelo National Survey on Drug Use and Health, que é uma pesquisa governamental que fornece informações sobre o uso de drogas e problemas de saúde nos EUA. A amostra incluiu 217.963 adultos estadunidenses empregados em tempo integral e buscou identificar se o uso de psilocibina estava associado ao número de horas extras trabalhadas na semana anterior.

Os resultados revelaram uma associação negativa e significativa entre o uso de psilocibina e a quantidade de horas extras trabalhadas. Em outras palavras, o estudo sugere que o uso de psilocibina está relacionado a uma redução na quantidade de horas extras trabalhadas por ano nos EUA. Essa conclusão se relaciona com descobertas anteriores que associaram o uso de psicodélicos a uma diminuição no número de licenças médicas tiradas pelos trabalhadores estadunidenses.

Referências

Korman BA. On the mushrooming reports of "quiet quitting": Employees' lifetime psilocybin use predicts their overtime hours worked. J Psychoactive Drugs. 2023 Jul 31:1-10. doi: 10.1080/02791072.2023.2242358. Epub ahead of print. PMID: 37525416.

Mellner C, Dahlen M, Simonsson O. Association between Lifetime Classic Psychedelic Use and Sick Leave in a Population-Based Sample. Int J Environ Res Public Health. 2022 Sep 9;19(18):11353. doi: 10.3390/ijerph191811353.