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O uso de psilocibina é associado a menores chances de prisão por crimes diversos nos EUA
Atualizado: 18 de jan.

Os Estados Unidos possuem a maior população carcerária do mundo e isso impacta em custos diretos e indiretos significativos, como a perda de salários para os encarcerados e o aumento da morbimortalidade. Além disso, as taxas de reincidência criminal são altas e a maioria das intervenções para reduzir a criminalidade são minimamente eficazes. Com isso, é preciso compreender melhor os fatores ligados ao comportamento criminoso para reformar a justiça criminal.
Um estudo observacional realizado por pesquisadores do Departamento de Psicologia de Harvard investigou as relações entre o uso de psicodélicos clássicos e as prisões ocorridas em 2019 por crimes de propriedade, violência, uso de álcool e outras substâncias, entre outros. Para testar essas associações, os cientistas utilizaram os dados representativos do The National Survey on Drug Use and Health (NSDUH) (2015-2019) (N = 211,549) – uma pesquisa de um órgão estatal que providencia informações sobre o uso de drogas e problemas de saúde nos EUA.
Os resultados mostraram que o uso de psilocibina foi associado a probabilidades reduzidas de sete das 11 variáveis de prisões. O peiote foi associado à redução das chances de roubo de veículos motorizados e dirigir sob influência de substâncias psicoativas. A mescalina foi associada à redução das chances de posse/venda de drogas. Quase todas as outras substâncias não mostraram nenhuma relação com os resultados ou foram atribuídas a maiores chances de prisão.
No entanto, somente pesquisas futuras devem determinar se outros fatores como a personalidade e a orientação política podem ter relação com esses desfechos.
Referência
Jones GM, Nock MK. Psilocybin use is associated with lowered odds of crime arrests in US adults: A replication and extension. J Psychopharmacol. 2022 Jan;36(1):66-73. doi: 10.1177/02698811211058933.