Vital Psilo
Psicodélicos na esquizofrenia: novos paradigmas
Atualizado: 10 de jan.

📷 NIH Image Gallery
O principal mecanismo de ação dos psicodélicos como a psilocibina (cogumelos sagrados), a dietilamida do ácido lisérgico (LSD), mescalina (peyote) e o DMT (ayahuasca), é a ativação dos receptores de serotonina 5-HT2A que afetam a cognição e a conectividade cerebral através da modulação de várias vias de sinalização complexas.

Assim como os psicodélicos, alguns antipsicóticos atípicos (APs) também atuam nos receptores 5-HT2A. É possível que as drogas psicodélicas juntamente com os APs glutamatérgicos, atuem por meio de uma via comum, ou seja, uma interação no receptor de serotonina-glutamato em neurônios corticais de origem piramidal. Sabe-se que os psicodélicos agem por meio de um mecanismo complexo entre os receptores 5-HT2A, mGlu2/3 e NMDA para mediar ações farmacológicas e neurocomportamentais. Achados de estudos recentes sugeriram que a neurotransmissão serotoninérgica e glutamatérgica estão ligadas profundamente nas respostas farmacológicas aos psicodélicos e medicamentos antipsicóticos.

Estão emergindo hipóteses que sugerem que os psicodélicos funcionam através de mecanismos de reinicialização (reset) do cérebro. No entanto, a fisiopatologia da esquizofrenia segue se expandindo e novas teorias estão surgindo. O primeiro desafio neste contexto seria encontrar tratamentos para pacientes que não respondem aos medicamentos atuais para esquizofrenia. Em segundo lugar, uma droga que modifique a doença é a necessidade do momento, que poderia controlar os níveis de dopamina subcortical e ter melhores resultados na evolução da esquizofrenia.

Além disso, o estudo dos psicodélicos facilitaria a compreensão de hipóteses sobre o receptor de serotonina-glutamato, já que trata-se de um alvo tanto para os psicodélicos quanto para as classes atípicas e glutamatérgicas de APs. Portanto, há uma necessidade de se aprofundar na neurobiologia para descobrir como os psicodélicos podem ser melhor usados como ferramentas científicas para beneficiar os transtornos psiquiátricos, incluindo a esquizofrenia.