Prevalência e associações de "bad trips" induzidas por psicodélicos nos EUA

Cientistas usaram dados representativos da população adulta dos EUA para avaliar a prevalência das experiências psicodélicas angustiantes, desafiadoras ou difíceis, conhecidas popularmente como "bad trips". Também utilizaram técnicas estatísticas para investigar se o uso concomitante de outras drogas e a negligência do set e setting (veja o post no blog) poderiam estar associados à estas experiências.

Seiscentos e treze (n = 613) indivíduos da amostra representativa relataram ter utilizado algum psicodélico ao longo da vida (DMT, LSD, mescalina e psilocibina). A maioria (59,1%) nunca teve uma "bad trip", mas uma pequena parte (8,9%) relatou algum comprometimento funcional que durou mais de um dia. Apenas 2,6% reportaram procurar assistência médica, psiquiátrica ou psicológica nos dias, ou semanas seguintes à experiência "ruim".

O grau de dificuldade da experiência e o aumento geral do risco de danos foram associados ao uso concomitante de estabilizadores de humor e variáveis ​​​​do set e setting, como a ausência de preparo, ambiente físico desagradável, mentalidade negativa, ausência de suporte psicológico, dose psicodélica muito alta e histórico importante de evento de vida.

Embora as associações identificadas neste estudo não possam inferir causalidade, esses dados são úteis para a redução de danos em projetos futuros de pesquisa psicodélica, além de educar usuários recreativos.

Referência

Simonsson O, Hendricks PS, Chambers R, Osika W, Goldberg SB. Prevalence and associations of challenging, difficult or distressing experiences using classic psychedelics. J Affect Disord. 2023 Jan 30;326:105-110. doi: 10.1016/j.jad.2023.01.073.

Disponível na íntegra em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032723000915?via%3Dihub