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Psicodélicos e esquizofrenia: artigo explora semelhanças e perspectivas terapêuticas

O princípio neurobiológico dos psicodélicos e da esquizofrenia é parcialmente equivalente. Curiosamente, os psicodélicos compartilham semelhanças com sintomas observados na esquizofrenia, como psicose, comprometimento sensório-motor, déficits de atenção e memória de trabalho. Além disso, essas substâncias também ativam os receptores serotonérgicos e glutamatérgicos, que podem estar comprometidos na esquizofrenia.
Com o objetivo de elucidar esses fenômenos, um artigo de revisão publicado no periódico Springer “Pharmacological Reports” discutiu a perspectiva do uso de psicodélicos no tratamento da esquizofrenia. A autora da revisão, Dra. Marzena Maćkowiak do Instituto de Farmacologia da Academia de Ciências da Polônia, argumenta que os efeitos positivos dos psicodélicos na neuroplasticidade podem ser essenciais no contexto da terapia da esquizofrenia, pois há estudos post mortem que indicam uma perda de sinapses nesse transtorno mental.
No entanto, devido à ação psicótica dos psicodélicos, as doses recomendadas no tratamento da esquizofrenia não foram estabelecidas, e doses subpsicodélicas ou microdoses devem ser consideradas em estudos futuros. Outra opção terapêutica na esquizofrenia seria o uso de análogos psicodélicos não alucinogênicos, com efeitos neuroplásticos.
Vale destacar que até o momento, pacientes com histórico pessoal ou familiar de esquizofrenia são contraindicados ao tratamento com psicodélicos. Portanto, somente estudos futuros poderão determinar a tolerabilidade e o regime de dosagem apropriado dos psicodélicos na esquizofrenia.
O artigo está disponível na íntegra:
https://link.springer.com/article/10.1007/s43440-023-00546-5
Referência
Maćkowiak M. Psychedelics action and schizophrenia. Pharmacol Rep. 2023 Oct 30. doi: 10.1007/s43440-023-00546-5. Epub ahead of print. PMID: 37899392.