Vital Psilo
Psicoterapia assistida por psicodélicos: uma revisão sistemática de intervenções
Atualizado: 4 de jan.

O estado mental e o ambiente físico/social (set and setting) parecem ser determinantes na psicoterapia assistida por psicodélicos. Dados da literatura mostram que o set and setting é um mediador de eficácia clínica e destacam a necessidade de como empregar funcionalmente os fatores ambientais e relacionais.
Essa revisão sistemática teve como objetivo construir um panorama dos modelos de psicoterapia assistida por psicodélicos que são atualmente adotados na pesquisa clínica, além de relatar seus desfechos.
O PSI (Preparation Support Integration) foi a abordagem principal nas sessões de psilocibina em estudos abertos sobre a depressão resistente. Esta intervenção consiste em duas sessões semanais de 4 a 8 horas, onde o paciente é estimulado a falar sobre sua história pessoal e hipóteses sobre a origem de sua depressão. O paciente recebe informações sobre os efeitos psicológicos da psilocibina e participa de uma simulação (sem drogas) da sessão psicodélica. O ambiente da sessão é uma sala pré-decorada, na qual o paciente pode ficar deitado em decúbito dorsal, usando óculos escuros e ouvindo música. A sala também pode conter objetos de importância pessoal para o paciente.
A sessão é supervisionada por dois psiquiatras que oferecem uma escuta compassiva e interpretações ao paciente, para consolidar mudanças positivas. Ao término, o paciente é acompanhado por um amigo próximo ou parente até sua casa. No dia seguinte, é realizado um acompanhamento via telefone para avaliar o bem-estar e monitorar reações adversas. Avaliações da evolução clínica são realizadas por e-mail nas semanas 2, 3 e 5 e um acompanhamento final é realizado 3 meses após a última sessão de psilocibina. Também há um outro modelo que inclui uma sessão de escuta compassiva que é realizada no dia seguinte a psicoterapia, em que os pacientes são convidados a falar sobre suas experiências psicodélicas.
De forma resumida, os desfechos clínicos mostram que houve melhora na gravidade dos sintomas depressivos e de ansiedade. O estudo de acompanhamento de 6 meses também relatou reduções na tendência suicida em 1 e 2 semanas após o tratamento.
Referência
Cavarra M, Falzone A, Ramaekers JG, Kuypers KPC, Mento C. Psychedelic-Assisted Psychotherapy-A Systematic Review of Associated Psychological Interventions. Front Psychol. 2022 Jun 10;13:887255. doi: 10.3389/fpsyg.2022.887255.
Disponível na íntegra em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9226617/