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  • Foto do escritorVital Psilo

Psilocibina: o que falta para regulamentar o uso medicinal?



A ressurreição da ciência psicodélica representa uma das iniciativas mais importantes da psiquiatria nas últimas décadas. Descobertas recentes indicam que a psicoterapia assistida por psicodélicos, em especial a psilocibina, fornece alívio significativo e sustentado dos sintomas depressivos.


No entanto, as pesquisas apresentam várias limitações, como o tamanho amostral pequeno, pouca diversidade étnica-racial, falhas com o cegamento de ensaios clínicos, desfechos influenciados pela expectativa de participantes, tempo de acompanhamento limitado e população-alvo altamente seletiva.


Também temos que considerar algumas questões clínicas e políticas, que incluem a experiência dos profissionais de saúde envolvidos nos estudos, falta de protocolos padronizados, estrutura de psicoterapia enviesada conforme a alocação do participante, situação legal da psilocibina, preocupações éticas e possíveis eventos adversos graves e imprevistos, já que ainda não há dados de longo prazo.


Além disso, pacientes com comorbidades cardiovasculares, neurológicas, hepáticas ou renais têm sido excluídos dos estudos, e não está claro se o perfil de segurança da psilocibina pode ser afetado por estes distúrbios ou pelas interações medicamentosas (veja o post sobre "interações medicamentosas" e "antidepressivos" no blog).


Todas essas ressalvas, até o momento, restringem a discussão no âmbito global sobre a regulamentação da psilocibina para uso medicinal, embora já existam avanços na Austrália e em algumas regiões do Canadá e EUA.


Por outro lado, achados recentes sugerem que os critérios de inclusão das pesquisas sobre a psilocibina podem ser ampliados, e até mesmo, já existem ensaios clínicos aprovados na América do Norte e Europa para pacientes com anorexia nervosa, burnout, transtorno bipolar, transtorno do espectro autista, transtorno por uso de substâncias, síndrome de borderline e outras condições.


No geral, parece claro que o futuro da ciência psicodélica deve se concentrar em estudos mais inclusivos e robustos para regulamentar o uso medicinal, e assim, garantir políticas que permitam o acesso democrático às novas abordagens terapêuticas da psiquiatria.


Referências

Clinical Trials

https://clinicaltrials.gov/ct2/results?cond=psilocybin&term=&cntry=&state=&city=&dist=

Munafò A, Arillotta D, Mannaioni G, Schifano F, Bernardini R, Cantarella G. Psilocybin for Depression: From Credibility to Feasibility, What's Missing? Pharmaceuticals (Basel). 2022 Dec 31;16(1):68. doi: 10.3390/ph16010068.

Disponível na íntegra em:

https://www.mdpi.com/1424-8247/16/1/68


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