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  • Foto do escritorVital Psilo

Relato de caso clínico: uso de microdoses na doença de Lyme neuropsiquiátrica



A doença de Lyme é uma infecção causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida pela picada de carrapatos do gênero Ixodes. Esta infecção bacteriana pode desencadear uma neuroinflamação autoimune e causar sintomas neuropsiquiátricos crônicos, particularmente transtornos de ansiedade e depressão.

Um relato publicado este mês no International Medical Case Reports Journal, descreveu o caso clínico de um homem imunocompetente, diagnosticado aos 46 anos com doença de Lyme neuropsiquiátrica. Por duas décadas, o paciente não tolerou antibióticos e psicotrópicos ao decorrer de sua evolução clínica, e teve que conviver com remissões parciais da doença e recaídas de sintomas persistentes, como crises de ansiedade, ataques de pânico, depressão, disfunção cognitiva e insônia, além de fadiga, cervicalgia, mialgias e suores noturnos.


Aos 70 anos, ele optou por microdosar psilocibina na forma de cogumelos mágicos desidratados, e inicialmente, tomou 100 mg por via oral três vezes por semana, aumentando a dose para 125 mg após 14 dias. O paciente não tinha grandes expectativas com o regime terapêutico novo, mas disse que ficou surpreso por experimentar benefícios rápidos, já que em 2 dias notou uma melhora considerável em seu humor. Dentro de 2 semanas, ele relatou estar se sentindo bem novamente e continuou nesse esquema por dois anos, pois sua depressão e ansiedade seguiram em remissão.


O autor do relato diz que embora a eficácia das macrodoses de psilocibina esteja bem documentada por diversos estudos, até o momento, a evidência sobre benefícios semelhantes da microdosagem permanece anedótica. De qualquer modo, o uso de microdoses no tratamento da doença de Lyme neuropsiquiátrica e das encefalopatias autoimunes merece um estudo mais aprofundado.

Referência

Kinderlehrer DA. The Effectiveness of Microdosed Psilocybin in the Treatment of Neuropsychiatric Lyme Disease: A Case Study. Int Med Case Rep J. 2023 Mar 3;16:109-115. doi: 10.2147/IMCRJ.S395342.

Disponível na íntegra em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9990519/


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