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Relato de caso clínico: psicose e rabdomiólise induzida por "2 g de psilocibina"

Atualizado: 30 de dez. de 2022


Um jovem (A.S.) sudanês-estadunidense de 18 anos, muçulmano, foi hospitalizado três dias após ingerir "2 g de psilocibina", onde apresentou psicose e rabdomiólise. A rabdomiólise é uma síndrome que é identificada por níveis sanguíneos elevados da proteína creatinofosfoquinase (CPK), sendo caracterizada por danos musculares que podem evoluir de forma severa, com lesões nos rins. Há dados que demonstram que a ligação entre o uso de psilocibina e rabdomiólise é mínima, aproximadamente 0,3%. Isto é significativamente menor do que a observada com o LSD (1,1%), por exemplo.


No caso relatado abaixo, A.S ingeriu supostamente uma dose exorbitante de psilocibina (2 g), muitíssimo acima das doses convencionais entre os usuários (16–31 mg). Em alguns artigos, os autores se confundem e usam o termo "psilocibina" para se referir também aos cogumelos mágicos. Portanto, não é possível concluir se o jovem ingeriu a psilocibina sintética ou apenas cogumelos mágicos.


No dia da internação, A.S. apresentou sintomas maníacos e psicóticos, como delírios persecutórios e paranóia. Estava muito agitado, ameaçador, combativo, barulhento e com momentos de afeto intenso. Os autores do relato também descreveram que A.S. teve comportamentos de hipersexualidade e hiperreligiosidade. A.S. possui um histórico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), uso diário de Cannabis, anorexia, insônia e isolamento familiar. O exame toxicológico de urina revelou-se positivo para canabinóides e foram observadas elevações nos níveis sanguíneos de CPK (5000 U/L) e creatinina (8,0 mg/dL) – uma proteína usada para avaliar a função renal. Não houve anormalidades na tomografia computadorizada do crânio e no eletrocardiograma.


O jovem foi tratado inicialmente com antipsicóticos, mas como houve uma piora do quadro clínico, recebeu posteriormente estabilizadores do humor, anticonvulsivantes e benzodiazepínicos. Após a alta, A.S. compareceu apenas a uma consulta em que demonstrou um bloqueio leve de pensamentos e ainda relatou um relacionamento melhor com sua família, além de uma motivação para se abster do abuso de drogas.


Referência

Suleiman M, Basu A, Belal S, Jacob T. From Mushrooms to Myolysis: A Case of Rhabdo in Psilocybin-Induced Mood and Psychotic Disorder. J Nerv Ment Dis. 2022 Aug 1;210(8):638-639. doi: 10.1097/NMD.0000000000001489. PMID: 35900779.

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