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  • Foto do escritorVital Psilo

Uma dose única de psilocibina reduz significativamente os sintomas depressivos


O renomado periódico científico The New England Journal of Medicine publicou neste mês os resultados de um ensaio clínico duplo-cego de fase 2, que revelou o impacto de uma dose única de psilocibina no tratamento da depressão resistente. Duzentos e trinta e três (n= 233) participantes diagnosticados com depressão resistente ao tratamento foram randomizados para receber suporte psicológico e uma dose única de psilocibina sintética, em três grupos diferentes: 25 mg, 10 mg ou 1 mg (controle). O desfecho primário do estudo foi a mudança na pontuação total da Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS) na semana 3 de acompanhamento. Esta escala varia de 0 a 60, e pontuações mais altas indicam depressão grave. Os desfechos secundários incluíram a remissão de sintomas depressivos na semana 3 e a resposta sustentada em 12 semanas.

No início do estudo, os participantes apresentaram uma pontuação média da MADRS de 32 ou 33 em cada grupo. As alterações médias na MADRS da linha de base até a semana 3, foram -12,0 para 25 mg, -7,9 para 10 mg e -5,4 para 1 mg. A diferença entre o grupo de 25 mg e o grupo de 1 mg foi de -6,6, sendo estatisticamente significativa. Não houve significância estatística entre os grupos que receberam 10 mg e 1 mg.

Os pesquisadores reportaram uma remissão de sintomas no grupo que tomou 25 mg de psilocibina, porém, não foi observada uma resposta sustentada em 12 semanas de acompanhamento. Eventos adversos ocorreram em 179 dos 233 participantes (77%) e incluíram dor de cabeça, náusea, tontura, ideação suicida e autolesão. Vale ressaltar que estes eventos adversos também podem surgir na fase de adaptação aos antidepressivos convencionais que estão disponíveis no mercado farmacêutico.

Este estudo de fase 2 mostrou que uma dose única de psilocibina 25 mg reduziu significativamente os escores de depressão em um período de 3 semanas, mas foi associada a reações adversas. Os autores concluíram que são necessários ensaios clínicos maiores, com maior tempo de acompanhamento e que comparem a psilocibina com os tratamentos existentes, para que seja possível determinar a eficácia e segurança deste psicodélico na depressão resistente.

Referência

Goodwin GM, et al. Single-Dose Psilocybin for a Treatment-Resistant Episode of Major Depression. N Engl J Med. 2022 Nov 3;387(18):1637-1648. doi: 10.1056/NEJMoa2206443.



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